Sociedade é intimidada todos os dias pelo crime organizado |
Atualmente convivemos
diuturnamente com a violência e o caos instalado entre nós . São
ações pontuais e coletivas, praticadas por pessoas aleatórias e
muitas vezes por grupos especializados, que fazem da insegurança sua
arma de intimidação. Munidos de uma estratégia muito bem
elaborada, a radicação do medo imposta pela violência, esses
elementos muito bem treinados, aproveitam da ingenuidade da sociedade
para infiltrarem-se no seu bojo e de lá deflagarem seu plano nefasto
de desestabilização social. Aproveitando-se da passividade e do
senso comum das classes menos esclarecidas, os mensageiros do
apocalipse estão espalhando medo, opressão e violência no âmago
da sociedade. Amparados pela grande Mídia, os mensageiros do caos
atacam violentamente a sociedade, e não é só a elite, em seu foco
estão principalmente as classes de vulnerabilidade social, onde os
efeitos da sua devastação são duradouros e basicamente
irreversíveis. Se a elite se sente oprimida, cercada de câmeras,
grades , portões, policiamento e de segurança privada, imagine as
pessoas que estão inseridas nos bolsões de pobreza e que ainda
tentam sobreviver dignamente. Estas, sim, são o alvo principal dos
mensageiros do caos, que toma seus filhos, corrompe seus pais,
prostitui suas filhas e ainda cobra pedágio das pessoas, para que
possam entrar e sair de suas comunidades. É inadmissível que a
sociedade, construída na era da informação, se permita fechar os
olhos e ignorar o maior problema social da atualidade. O poder
constituído, este se faz míope, diante da situação. Financiador
da grande mídia idiotizadora, utiliza as polícias – repressiva ,
investigativa e ostensiva, apenas como aparelho repressivo do estado
e ferramenta de controle social. Não diferente de outras partes do
Brasil, algumas cidades da Baixada Santista convivem diretamente com
a tomada do poder por milícias e grupos políticos estruturados no
crime, onde figuram assassinos, traficantes e lacaios do colarinho
branco. Durante os últimos quinze anos assistimos passivamente a
crescente do crime organizado, dominando e se fazendo presente em
nossa sociedade. Conclamados por aqueles que deveriam primar por
nossa segurança, os mensageiros do caos estão ganhando força,
intimidando, corrompendo, sufocando, silenciando os íntegros e
dizimando a resistência. Amparados por uma mídia simplista e pelo
poder de algumas figuras políticas desprezíveis, o crime está se
tornando hegemônico e dominante na região da Baixada Santista. Se
não revertermos este esquema de segurança falida, oferecida as
principais cidades brasileiras e principalmente as comunidades do
litoral paulista, logo estaremos assistindo a falência do sistema
social. Tomando como referência a cidade de São Vicente, primeira
cidade do Brasil, onde o poder público não se empenha na repressão
ao crime, podemos observar a olho nu a desintegração social,
crescente da violência e do uso de drogas em todo lugar. Aquela que
deveria ser a cidade mãe da nação brasileira, sofre com a
infiltração, controle e intimidação da sociedade local. Lugar
tido há muito como recanto de veraneio, hoje se encontra dominado
pelo medo e instabilidade social, os turistas desapareceram, os
drogados circulam pelas ruas como se fossem zumbis, as pessoas tem os
portões de suas casas arrancados durante a noite. Apesar do esquema
propagandista hipodérmico, que tenta maquiar o problema, a realidade
transparece a flor da pele. É só sair do centro da cidade, onde a
droga e os criminosos transitam livremente, e dirigir-se às áreas
periféricas de maior vulnerabilidade social, e observar as falanges
em ação. São elementos armados e hostis, com total controle de
quem entra ou sai da comunidade, lugar esquecido pelos homens e só
amparado por Deus. Se no centro a população e os comerciantes
estão apavorados e intimidados pelo crime, nas regiões periféricas
a situação já é de acomodação social. Enquanto comerciantes se
protegem com câmeras, segurança privada – normalmente oferecida
por policiais nas horas de folga – muros altos , grades e tudo que
tem direito, na periferia, a grande massa cede ao domínio do tráfico
e das gangues politizadas. Uma coisa é certa, enquanto o crime
organizado estiver no comando, disseminando o medo e intimidando as
pessoas de bem, a população desfavorecida padecerá, continuará
pagando a conta, seja em dinheiro ou com o sangue de seus filhos,
derramado nas ruas e becos deste país. E a elite continuará
trancada dentro de seus castelos de areia, observando passivamente
seus filhos serem absorvidos e corrompidos pelos senhores do crime
organizado, que sentam à sua mesa e dividem o mesmo círculo
social.