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MARCHA DA FAMÍLIA COM DEUS SEGUE ROTEIRO DO GOLPE DE 64

Por Klinger Branco
Marcada para o dia 22, sábado, apenas dois dias após o golpe de 1964 completar 50 anos, a Marcha da Família com Deus, revive o movimento que serviu de roteiro para a derrubada da primeira tentativa de se perpetuar um governo democrático no país. Como a seguir um roteiro de cinema, com todas suas nuances e detalhamento técnico, o Brasil caminha para o que poderá ser o fim da democracia, e de tudo que o movimento trouxe consigo nos últimos 25 anos. Aparecendo como um movimento legitimado pelo povo, ancorado na busca da moralização do país, o chamamento aparece num momento em que o Brasil, parece reviver o passado. Como a pisar as pegadas percorridas politicamente pelo antigo governo de JoãoGoulart, o Jango, o movimento surge oportunamente, logo após, uma serie de acontecimentos conturbados. Rememorando nossa história, em meados de 62, o Brasil vivenciava um panorama político muito parecido com  o do  atual governo, tal qual vive, vive Dilma hoje, populista e ao mesmo tempo conturbado. Apesar de aparentemente popular, o governo
barganha constantemente sua condição com as lideranças populares – sindicatos, movimentos políticos da base de apoio, lideranças comunitárias e alguns conglomerados econômicos pouco ortodoxos – conseguindo desta forma manter sua popularidade e negociar com as lideranças políticas adversárias. Cenário muito parecido com o do golpe de 64. Entretanto, isto não é suficiente para garantir um governo tranquilo e de coalizão, coisa muito difícil de conseguir, num ambiente democrático e plural; principalmente quando interesses políticos internacionais, se alinham com um crescente descontentamento do mercado econômico interno. Foi diante, deste mesmo quadro, e nas mesmas condições , que se conduziu de forma astuciosa e muito bem elaborada o golpe militar de 64, com a derrubada de Goulart e implantação da ditadura militar. Importante relembrar, que durante este período de construção do golpe, o neocapitalista mais ativo do mundo, acabava de sair vencedor do pós-guerra e precisava ampliar seu mercado consumidor. Curiosamente, o mesmo grupo dominante, mandou fazer recentemente um estudo, onde o Brasil, Rússia, Índia, China e Africa do Sul, foram apontados, como os países com maiores possibilidades de crescimento real, nos próximos 20 anos. O BRICs, como ficou conhecido o grupo no estudo, feito por Jim O'Neill , um renomado economista mundial, a serviço da GoldmanSachs, aponta que num futuro não muito distante, estes países podem se tornar o novo pólo dominante do globo. Juntos os 5 países emergentes detêm ¼ da área terrestre do globo e 40% da população mundial, dados, nada desprezíveis , para quem supostamente se considera o dono do mundo e gosta de estar sempre no controle. Diante de um cenário globalizado, essas informações não podem ser ignoradas, e dentro de uma visão estritamente econômica, são elementos consideráveis, para a derrubada de um suposto governo independente. Em seu estudo mais recente, divulgado pela revista 'The Economist', O'Neill aponta o BRICs, como uma situação ultrapassada, mas, afirma que o MINT ( Paises Hortelã) - como são conhecido México, Indonésia, Nigéria e Turkey, no novo cenário capitalista mundial - como possíveis, grandes agregadores de valor econômico, no mundo globalizado e predominantemente comercial. Diante deste cenário, o Brasil se torna uma peça importante, no tabuleiro, afinal, quem controlar economicamente o Brasil, vai poder influenciar diretamente, na nova ordem
mundial. Estudiosos, pesquisadores e historiadores, apontam atualmente as redes sociais, como o campo de batalha, onde diferentes classes, representando todos os tipos de ideólogos, políticos, anarquistas, sindicatos e pessoas comuns, travam uma luta declarada entre o capitalismo x os ideais humanitários. Entretanto, no centro da discussão, aparece uma minoria financiada, criada para interagir segundo os ideais de seus financiadores. Pessoas, muito eficazes, especializadas em induzir e seduzir a grande massa; passando por ingênuo, ou mesmo por trabalhador indignado, o sujeito ou grupo, procura direcionar as pessoas. Por outro lado, por trás da máscara de idealista, se esconde um servil manipulador de um sistema medido e pesado diuturnamente, a Web Global. Diante desta luta entre extremistas de esquerda e a direita enraivecida, o que precisa ser abordado de forma eficaz e menos simplista é: a quem realmente atende uma intervenção na democracia do nosso país?