Por Klinger Branco
CHUVA NÃO ATRAPALHA O CARNAVAL SANTISTA E PÚBLICO LOTA SAMBÓDROMO
Quem
assistiu ao Desfile das Escolas de Samba de Santos, do grupo
especial, acabou surpreso com a beleza do desfile, qualidade do
carnaval santista e apresentação das escolas. O público lotou a
Passarela Draúsio da Cruz, a chuva parece não ter atrapalhado em
nada o espetáculo. O pessoal não se intimidou com o mau tempo e
improvisou. Muitos apelaram para capas descartáveis, mas a maioria
foi de guarda-chuva. Grandes escolas passaram pela avenida, mas quem foi consagrada foi a X-9, campeão do carnaval este ano. Com a nota de 179,4 a escola levou o titulo de campeã, uma diferença de 0,3 da segunda colocada a Unidos dos Morros, que teve 179,1. Já o terceiro, quarto e quinto lugar ficaram
2,5 pontos distantes da primeira colocada. Amazonense com 176,9 garantiu o terceiro lugar, enquanto a União Imperial, com 176,6 ficou em quarto lugar, padre Paulo com seus 176,3 conquistou a quinta posição. Na sequencia vieram, Brasil 175,7, Vila Mathias 175,6, Real Mocidade 175,5, Sangue Jovem 174,9 (rebaixada) e Bandeirantes do Saboó 172,7 (rebaixada). Resultado que agradou a comunidade do Macuco que reinou soberana este ano. Mas tudo não se resumiu a passarela, muita gente
aproveitou o carnaval de rua, as bandas que desfilaram pelos bairros,
chegando no sambódromo mais tarde. Nos camarotes e arquibancadas as pessoas faziam questão de mostrar que participaram das bandas, deixando a sua marca, exibindo camisetas e estandartes por toda parte, as agremiações fizeram questão de marcar território. A grande diferença do carnaval santista se concentrou na organização. Na cidade as bandas precisaram se organizar, para poder desfilar. Conseguiram fazer uma parceria com o poder público, podendo assim receber subsídios do município. Aqueles que se adequaram, receberam da Secretaria de Cultura ( SECULT), parte da estrutura necessária para realização da festa. São Banheiros químicos, caminhões de som e pessoal especializado, usados na realização do evento. As bandas por sua vez, têm que providenciar segurança privada, Bombeiro civil e pessoal para ajudar na organização. Além
de cumprir um rigoroso esquema, onde são obrigados a respeitar o roteiro, acordado com a CET e horário estipulado para o desfile. Estes eram os requisitos mínimos e indispensáveis, exigidos para realização do desfile nos bairros. Já no Sambódromo a estrutura foi toda pensada para atender ao público, o circuito foi projetado e adequado para receber o munícipe, turistas, pessoas das cidades vizinhas e outros estados. Era só olhar o local e perceber que a festa estava prepara para receber o folião, quem estivesse afim de brincar o carnaval, ali ficaria a vontade e muito seguro. Além da segurança particular, fizeram parte do esquema, a guarda municipal e a Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP). Quem participou
da festa aprovou “ foi uma festa maravilhosa, a família adorou as bandas; saímos na Lazinha e Ouro Verde, a noite optamos pelo carnaval na passarela, as crianças gostaram da tenda.” Ressaltou a balconista Maria Aparecida Mercês, que veio de São Carlos. Já o comerciante Valdomiro Aranha Paes Leme, vindo de Limeira, comentou que a folia realmente foi maravilhosa “ as bandas foram incríveis, melhor impossível. O pessoal de Santos e muito legal e minha família adorou tudo. Ano que vem volto e ainda vou chamar os amigos.” Mas se a cidade de Santos conseguiu fazer uma festa digna da folia de momo, na vizinhança não aconteceu o mesmo. Uma coisa é certa, no carnaval da Baixada, quem soube escolher, acabou se dando bem. Fotos da passarela CLICK AQUI
Tristeza mora ao lado.
Parte
do público da festa, não veio de longe, migrou de São vicente,
cidade vizinha, que basicamente não teve carnaval. Aos vicentinos
sobrou ver a festa alheia, o pouco que o povo de são vicente teve de
carnaval , se resumiu a tumulto, brigas e desordem. A única coisa
organizada na festa foi o crime, que mostrou sua força, promovendo
arrastões e tumulto generalizado. Algumas das bandas da cidade,
mesmo as que desfilaram na orla da praia - Circuito do Gonzaguinha -
tiveram problemas. Um exemplo, foi a tradicional Ba-bahianas,
turistas e pessoas que participam da brincadeira a mais de 40 anos,
disseram que o bloco perdeu sua originalidade. Segundo os relatos o
que pôde ser visto foi empurra-empurra, muita droga e violência
gratuita. Seja pelo abuso da espuminha, usada como forma de
constranger e incapacitar as pessoas, ou mesmo pelos grupos de
baderneiros. Marginais que aproveitaram o tumulto, para atacar os
turistas, furtar celulares, relógios ou o que estivesse ao alcance.
Na praia outro grupo optou por fazer arrastão, turistas que estavam
na areia, relataram que foram surpreendidos por uma gangue, jovens
que aproveitaram o desfile para furtar. Nem a presença da Polícia
Militar ( PMESP) foi suficiente para inibir a marginalidade, parece
que a operação “Vista Grossa” feita pela PM, acabou por dar
asas aos bandidos. Quem optou por brincar o carnaval em São Vicente
ficou indignado. Além da falta de segurança a cidade está imersa
num mar de lixo. A maioria dos bairros sofre com o abandono e falta
de pulso do administrador.