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BOLSONARO ATIVA MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES E CAUSA POLÊMICA INTERNA

Por Klinger Branco

GOVERNO DEMONSTRA PREOCUPAÇÃO COM A IMAGEM E CEDE A PRESSÃO DA GRANDE MÍDIA E DO CONGRESSO NACIONAL


Governo Federal foca na revitalização da imagem de Bolsonaro e ativa Ministério das Comunicações com a esperança de melhorar a sua relação com a mídia. Depois de quase dois anos com o ministério parado e a comunicação a cargo de uma equipe formada e controlada por militares, o presidente reconsidera e recria a pasta, colocando a sua frente o deputado federal Fábio Faria (PSD-RN). A esperança é que Fábio consiga melhorar a imagem do presidente e das instituições governamentais, num momento em que o pedido de impeachment do presidente está em alta e nas mãos do Congresso Nacional.

O Ministério das Comunicações considerado estratégico por qualquer governo sempre foi alvo de preocupação, desde o período militar, o setor sempre foi observado de perto, a pasta  foi responsável pela comunicação e pela administração do setor privado de radiodifusão. Entre as atribuições de controle está a de distribuir concessões, outorgas e regulação do setor. Além de responder pela mídia institucional do governo, área que foi ministério até o final da gestão de Michel Temer e que  fazia uma mediação entre o Planalto, Congresso e o setor privado de Mídia.

O objetivo agora é deixar a pasta com uma cara mais institucional e com a finalidade de pluralizar as ideias, dando mais visibilidade aos ministérios e as ações governamentais. Neutralizando a ideia de que haveria um 'Gabinete do Ódio' por trás da comunicação no Palácio do Planalto, controlado indiretamente por um de seus filhos. A mudança, no entanto, não deve mexer com a estrutura do grupo que é ligado diretamente ao gabinete presidencial. A Secom subordinada ao general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, agora deverá ficar subordinada ao ministério.


Com a reformulação, alguns cargos importantes dentro do Palácio Presidencial devem ser substituídos, pelo menos dois generais deverão perder seus postos: o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, e o presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), também general Luiz Carlos Pereira Gomes. Isso indica um possível realinhamento da posição do governo em relação aos militares. Se isto ocorrer fica nítido que a queda de braço entre os lideres do parlamento e seus aliados deram um passo importante para o controle absoluto do país.

Essa mudança repentina de comportamento no governo é uma indicação transparente de que os parlamentares demostram um interesse muito grande em afastar os militares do governo central. Existe uma preocupação gritante em tirar os militares do comando da mídia. Atualmente eles controlavam toda a estrutura de comunicação que produzia os vídeos, releases, entrevistas sobre o enfrentamento do coronavírus e outras ações do governo. Eram a imagem do Brasil para o mundo.

Segundo o presidente Bolsonaro a intenção é cumprir uma promessa e colocar o Ministério para funcionar, estamos devendo há muito tempo uma melhora na informação. "Fábio Faria já foi dono de uma rádio no Rio Grande do Norte, mas se afastou ainda em 2013, mas tem intimidade com o ramo. A entrada de Faria no Governo leva o Centrão a assumir uma posição importante no cenário nacional. Mas o que vem sendo especulado é que o PSD volta a comandar a Comunicação no governo, dando uma outra visibilidade e força aos políticos do partido, mas o grupo nega que a indicação signifique uma troca de favores. Mas os ataques já começaram e o burburinho parece ter reacendido a fogueira das vaidades.