Por Klinger Branco
SÉRGIO MORO SAI DO GOVERNO E BOLSONARO COLOCA GASOLINA NA FOGUEIRA
O presidente Jair
Bolsonaro falou no final da tarde desta sexta-feira (24/04), em
pronunciamento oficial, sobre a saída de Sérgio Moro do
Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em sua fala o
presidente deixou claro que o Brasil passa por um momento delicado e
que o brasileiro não conhece a face oculta de seus políticos. Em
seu discurso questionou os motivos de Moro, invocou o senso de
patriotismo daqueles que estão ao seu lado no governo e disse que
trava uma grande batalha à frente da presidência para acabar com a
impunidade e a corrupção. Criticou ainda a pasta do ex-ministro por
dar mais ênfase a investigação do assassinato da vereadora
Marielle Franco, morta em março de 2018, do que ao caso que quase o
levou a morte. "É intervenção pedir a Sérgio Moro, quase
implorar, que apure quem mandou matar Jair Bolsonaro? Sendo que o
autor dos fatos foi preso em flagrante", disse o presidente ao
longo do pronunciamento. Além disso afirmou que já era de
conhecimento da cúpula do governo que o chefe da PF já estava
desgastado
e articulando a sua saída. Para Bolsonaro seu compromisso
é com a nação e sua autoridade como presidente esta garantida pela
lei, e quem quiser passar por cima de sua autoridade sentira o peso
da caneta. Falou sobre a crise institucional e deixou claro que não
guarda rancor, mas que a confiança é algo fundamental para manter o
respeito. Se ele está preocupado com sua biografia eu estou
preocupado com o país, não admito baixar a cabeça pra ninguém.
Moro queria trocar sua permanência no governo por uma indicação
ao supremo, isso é inadmissível. Em meio a essa troca de farpas
Bolsonaro deixou claro que o governo está sendo colocado na parede e
que as forças politicas e econômicas estão apostando alto na
desestabilização do país. Em plena pandemia o povo foi esquecido e
o jogo político pegou fogo, a fogueira das vaidades e os interesses
pessoais tomaram conta das discussões. Não se trata mais da vida,
de governabilidade, de legitimidade. Trata-se de um jogo de gato e
rato, onde as demostrações de força e poder estão acima das
pessoas e do interesse público. Os grupos políticos e ideológicos
que dominaram a nação até agora se deparam com um Estado Novo. Muitos da velha política ainda buscam se manter
hegemônicos no poder. Isso vem sendo negociado durante todo o
governo Bolsonaro, elevando a tensão e dividindo opiniões, dentro e
fora do congresso, uma vez que o presidente continua insistindo que
conhece a casa, pois esteve lá por vinte anos e não vai
participar do esquema de toma lá da cá. A saída de Sérgio Moro
coloca fogo na disputa esquentando os ânimos. O estica encolhe
continua, numa clara disputa pelo poder, mas quem acaba perdendo
nessa luta é o brasileiro, pois no final da pendenga é ele quem
vai pagar a conta. Estamos as vésperas das eleições municipais, disputa que vai ampliar e fortificar ou não as bases do governo, pois estas começam nos municípios.